De queda em queda ainda chamejaste e cantaste,
de pé como um marujo sobre a proa de um barco.
Floresceste ainda em cantos e brotaste em correntes.
Oh sentina de escombros, poço aberto e amargo.
Mergulhador cego e pálido, derrotado e fundeiro,
descobridor perdido, tudo em ti foi naufrágio!
Tu devoraste tudo, qual devora a distância.
Como o mar, como o tempo.
Tudo em ti foi naufrágio!
Pablo Neruda
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