"Eu sei que a gente se acostuma
A tomar o café correndo porque está atrasado
A comer sanduíche porque não dá para almoçar.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, e se perde de si mesma."
A tomar o café correndo porque está atrasado
A comer sanduíche porque não dá para almoçar.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, e se perde de si mesma."
Marina Colasanti
escritora
Pierre Duplan
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