...a Rosa
a imarcescível Rosa que não canto,
a que é peso e frangrância,
a do negro jardim na alta noite,
a de qualquer jardim e qualquer tarde,
a Rosa que ressurge da tênue
cinza pela arte da alquimia,
a Rosa dos persas e de Ariosto,
a que sempre está só,
a que sempre é a Rosa das Rosas,
a jovem flor platônica,
a ardente e cega Rosa que não canto,
a Rosa inalcançável.
Jorge Luis Borges
poeta argentino
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